Com as facilidades atuais de locomoção, as viagens ficaram
cada vez mais práticas e rápidas. As companhias aéreas, por exemplo, fazem
inúmeras promoções, a fim de popularizar o transporte aéreo. O “Hortas, Culturas e Quintais” decidiu fazer o trajeto
entre Rio e São Paulo de ônibus para comprovar que, também dessa forma, é
possível se divertir.
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Relaxando e aproveitando a paisagem (foto do autor) |
Aproveitando o convite de um amigo da capital paulista, fiz
as reservas e parti rumo à Sampa em uma sexta-feira. Partindo da Rodoviária
Novo Rio, a previsão de viagem é de cerca de 6 horas até a Rodoviária Tietê.
Esse tempo pode variar conforme o dia e hora escolhidos para a viagem.
Aqui começam as dicas
que podem tornar esta viagem agradável e uma oportunidade para bons momentos na
estrada. Saiba de antemão o roteiro que pretendido para poder ter em mente os
nomes das cidades no trajeto e coisas importantes sobre elas. Embora a viagem
não preveja parada em cidades específicas, é sempre possível obter boas fotos
pelas janelas. Assim, o roteiro será mais interessante e animado,
principalmente se você estiver acompanhado.
Particularmente quanto a este roteiro, é possível apreciar
muitas áreas de um verde intenso, principalmente a partir da Serra das Araras. No
trajeto que fiz, tivemos uma única parada em Resende em um shopping para uma pausa de 30 minutos. Aproveitei para fazer um
belo lanche e conhecer produtos da região (doces, geleias, biscoitos).
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Rio Paraíba do Sul (foto do autor) |
É interessante acompanhar vários trechos em que a estrada
tem a parceria bonita do Rio Paraíba do Sul. Esse rio caudaloso que nasce em
São Paulo, passa por Minas Gerais e parte do noroeste fluminense.
O caminho até a capital paulista é praticamente uma grande
reta, sendo a Rodovia Presidente Dutra o elo entre as duas famosas metrópoles.
A proximidade com a marginal do Rio Tietê nos diz que está
quase na hora da chegada, passando pela entrada para o aeroporto de Guarulhos,
seguimos para a cosmopolita Rodoviária
Tietê. Esse terminal congrega gente de todos os lugares, chegando ou
partindo, quem sabe, trazendo ou levando a esperança de uma oportunidade ou de
momentos peculiares. Fora pequenas retenções, a viagem transcorreu em ordem.
No dia seguinte, bem cedo, rumamos para o centro a fim de
conhecer o que de mais interessante a cidade pode oferecer. Logo percebi que
isso é impossível com tão pouco tempo disponível, pois as atrações são
infindáveis. Sendo assim, decidimos ir para o centro financeiro do país. A Avenida Paulista é grandiosa tanto
pelas incontáveis construções, quanto pelo povo que ali circula.
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Arranha-céus impressionantes (Foto do autor) |
Dica: A visita
fica mais interessante no final de semana, quando o acesso ao centro está
limitado apenas aos transportes coletivos. Assim, é possível percorrer as ruas
com calma e não se preocupar com o trânsito, sempre caótico nos dias úteis.
A seguir, alguns locais que visitei e o que mais chamou a
atenção.
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Instituto Ayrton Senna (Foto do autor) |
Parque Trianon – É
difícil acreditar que possa existir um trecho remanescente da floresta atlântica
bem no centro de uma cidade como São Paulo. Este parque, bem na Avenida
Paulista, possui cerca de 48 mil m2, um verdadeiro oásis em meio ao
concreto. Ao entrarmos, temos a impressão de que saímos da cidade e enveredamos
pela mata. Possui diversas esculturas e postes de iluminação originais. São
muitas espécies vegetais, como o cedro; e pássaros, como o sabiá-ferreiro.
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Fiesp (Foto do Autor) |
Prédio da FIESP –
O prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo impressiona pela
forma inusitada. Tem o formato que lembra uma pirâmide, e causa um grande
impacto bem no início da Avenida Paulista. A forma do prédio garante maior
ventilação aos andares inferiores, segundo o site
da instituição.
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MASP (Foto do autor) |
MASP – O Museu de
Arte de São Paulo Assis Chateaubriand é uma importantíssima instituição
cultural brasileira, tendo em seu interior obras consagradas francesas e
italianas, entre outras. A construção é curiosa por se tratar de um grande
bloco retangular amparado por quatro pilares.
Edifício Itália –
O imponente prédio é um importante cartão postal da cidade, onde funciona, além
de salas comerciais, um restaurante e teatro. A visitação é gratuita, sendo
que, em dias chuvosos, não é permitido ir ao terraço.
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Igreja N. S. dos Homens Pretos (Fotos do autor) |
Igreja Nossa Senhora
dos Homens Pretos – A igreja recebe este nome por congregar no passado
escravos que não eram permitidos em outras igrejas. Após um longo período de
abandono, sofreu grande reforma, tornando-se um ponto importante para aqueles
que desejam visitar a São Paulo histórica.
Conjunto Nacional
– Com quase 50 anos de idade, o prédio se notabilizou por suas festas
concorridas, atraindo famosos como Nat King Cole, Marlene Dietrich, entre
outros. É lá que se encontra a famosa Livraria Cultura, um megaespaço para
todos os gostos.
Bairro Oriental da
Liberdade – Não se trata de um prédio ou estrutura, mas diversas casas que
mostram toda sutileza e beleza da cultura oriental. Durante minha visita,
estava sendo comemorado o Ano Novo Chinês – o ano do galo - onde não faltaram
as apresentações ao ar livre, além das inúmeras barracas de comidas orientais.
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Banespa e a influência americana (Foto do autor) |
Prédio do Banespa
– Outro cartão postal da cidade, a estrutura lembra um pouco o Empire State
Building de Nova York. Com o nome original de Edifício Altino Arantes, a obra
possui mais de 161 metros de altura, 35 andares, e 14 elevadores. Durante muito
tempo foi o prédio mais alto da capital paulista.
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Catedral da Sé (Foto do autor) |
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Marco Zero, apontando todas as direções (Foto do autor) |
Catedral da Sé – Inaugurada
em 1954, um dos maiores templos neogóticos do mundo, a igreja impressiona por
sua grandiosidade. Desde seus vitrais até as criptas de arcebispos da cidade,
abertas à visitação. Bem em frente, encontra-se o Marco Zero, que é o marco inicial da Cidade de São Paulo. Trata-se
de um pilar hexagonal que informa as direções para diversas cidades
brasileiras.
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Edifício Martinelli - o primeiro arranha-céu Sul Americano (Foto do autor) |
Continuando nosso curto passeio, é importante mencionar o
prédio da Prefeitura de São Paulo,
com seus jardins suspensos; o Edifício
Martinelli, o primeiro arranha-céu
da América Latina; a Praça da Bandeira;
o Viaduto do Chá; o antigo prédio da Light (hoje um shopping center); e o Teatro Municipal. Todos merecedores de
uma visita demorada e detalhada.
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Mosteiro de São Bento (Foto do autor) |
E para terminar com chave de ouro essa incursão do Hortas, Culturas e Quintais em terras paulistas,
escolhemos o Mosteiro de São Bento.
São mais de 400 anos de vida e algumas reformas até chegar ao prédio atual.
Desde seu exterior, o prédio impressiona pela grandiosidade. Ao entrarmos,
temos um impacto enorme causado pelos detalhes luxuosos de suas paredes, mobiliário,
e nave central. As fotos e filmagens são proibidas, a menos que haja
autorização extraordinária para isso (cerca de 10 minutos apenas). O projeto é
do alemão Richard Berndl.
Com pesar, deixei a capital paulista e embarquei no ônibus
de volta ao Rio de Janeiro, trazendo na bagagem a vontade de retornar com mais
tempo para apreciar tantos outros atrativos que a cidade oferece.
Muito bom Lauro
ResponderExcluirGrato, Jair.
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