quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Naturismo, turismo & vida saudável

 Olá, amigos do “Hortas, Culturas & Quintais”. Vamos hoje abordar um setor do turismo em expansão, mais especificamente ligado a um modo de vida, para muitos, cheio de tabus.

 

Um pouquinho da história do Nudismo/Naturismo:

 

Em 1927, o francês Marcel Kienné de Mongeot criou a Ligue Vivre, que era uma espécie de clínica do bem-estar, onde as pessoas buscavam qualidade de vida através de uma alimentação correta, prática de exercícios físicos – isso tudo da forma como viemos ao mundo.

 


Em seguida, a Alemanha deu os passos mais fortes naquilo que ficou consagrado como Nudismo. Desde então, vários clubes e resorts foram criados com o intuito de agregar os adeptos desse estilo de vida. Praias foram oficializadas mundo afora para a prática do nudismo. Bem mais tarde, alguns países foram mais além, propagando a ideia de um modo de vida que, além daquilo já descrito, também se preocupava com autoestima, meio ambiente, etc – surgia o Naturismo.

 

E por que estou contando essa história? Porque esse modo de vida, além de ter ganhado um fôlego enorme pelo mundo, tem feito incursões no mercado do turismo. Ou seja, existe uma demanda grande de pessoas que desejam participar de encontros, atividades culturais, etc.

 

Hoje, grupos e associações bem montados oferecem ambientes onde toda a família pode aproveitar momentos de descontração e divertimento sem uma única peça de roupa no corpo.

 



A fim de exemplificar isso, pegamos como exemplo um dos ambientes naturistas onde, esporadicamente, os adeptos desse modo de vida podem praticar ao vivo e a cores aquilo que apregoa a Federação Brasileira de Naturismo, ou seja, que entre outras características, o naturismo se presta a promover a socialização entre seus seguidores.

 

Cristiane e Kadu à frente do projeto.

Gentilmente, Cristiane Pires, uma das organizadoras do NAT Ibiúna, nos dá algumas pistas de como esses encontros ocorrem. Com vocês, as palavras da Cris:

 

O NAT Ibiúna é o Grupo de Amigos Naturistas da Região Metropolitana de Sorocaba (SP).

A ideia de montar o grupo surgiu a partir de um encontro de amigos, Kadu e eu, no final do ano de 2019. Kadu é proprietário da Chácara Yoshida, localizada em Ibiúna.


Eu sou naturista há mais de 10 anos, filiada ao SPNAT (o maior grupo naturista do Brasil, em número de associados), engajada em atividades voltadas à preservação e conservação do meio ambiente.


O grupo de amigos naturistas abrange toda a região onde se situa a chácara, Região Metropolitana de Sorocaba. A maior dificuldade tem sido o atraso no registro oficial do grupo devido à pandemia, mas assim que oficializado, será mais um grupo federado à FBrN.


Na Chácara Yoshida já foram realizados cinco encontros de amigos naturistas, respeitando as normas sanitárias vigentes (essa matéria foi produzida em meio à pandemia que assolou o planeta a partir de 2020), e seguindo o código de ética naturista da Federação.


O ambiente:


 


A chácara oferece um espaço com acomodações na casa principal e camping. Na casa há três banheiros, cozinha equipada e sala, além de acomodações para 25 pessoas. O ambiente é bem agradável, e permite o contato direto com a natureza, com pomar, lago, e montanhas. Para proporcionar mais divertimento, há uma piscina, churrasqueira, lareira ao ar livre, e área para banho de sol e espaço para boas conversas com os amigos.




Os eventos "Encontros de Amigos Naturistas" são temáticos, organizados por mim, com bailes, distribuição de lembrancinhas, atividades diversificadas, trilha para as cachoeiras, ensaios fotográficos com a parceria do projeto "Essência Nua" (https://www.essencianua.com.br/), e uma excelente gastronomia feita pelo Kadu, que em algumas ocasiões usa alguns produtos da própria chácara, como verduras e frutas em saladas, refogados, temperos, sucos e geleias. O diferencial do NAT Ibiúna é que, além de fornecermos as refeições usuais de todo encontro naturista, também fornecemos o café da manhã, e dias de estadia para aqueles que vêm de longe, quando se pode chegar dias antes e ir embora dias depois. 
  




A divulgação dos eventos é feita por mim através do meu cala no Instagram (
https://www.instagram.com/p/CQyrwwzhPI1/?utm_medium=copy_link) e do grupo NAT Ibiúna no Facebook (https://www.facebook.com/groups/897931894288725/?ref=share).





Por enquanto, devido à pandemia, o número de vagas está limitado, mas queremos contar com a presença de todos os amigos naturistas e visitantes, para que venham participar de nossos eventos e nos prestigiar, quando possível. Será um grande prazer em recebê-los! Aguardamos sua visita!

 

E então, gostaram de saber que este modo de vida em crescimento oferece eventos e atividades tão saudáveis e bacanas? O convite da Cris está aberto! E para saber mais sobre o naturismo, acesse o site da Federação Brasileira de Naturismo (www.fbrn.com.br).

*As fotos foram gentilmente cedidas por Cristiane Pires, e os fotografados autorizaram o uso de suas imagens.

Deixe seu comentário, dúvidas, sugestões e críticas. Inscreva-se no canal e compartilhe com seus amigos! E até o nosso próximo Hortas, Culturas & Quintais!

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Plantas fáceis de serem cultivadas em apartamentos


Você ama plantas, mas não tem muito espaço para elas? Também não tem tempo para cuidados extremos? Saiba que é possível embelezar sua casa com plantas de fácil manejo, e que trazem leveza e bem-estar. Vamos conhecer algumas?



Orquídea Bambu

Essa é uma das minhas preferidas, pois é resistente ao sol e pode também ser plantada à meia-sombra. Ela não é dessas bandas; sua origem é Ásia, mas se adaptou perfeitamente ao nosso clima. Se dá muito bem em vasos, onde só precisa de umidade e sol. As mudas surgem através de rizomas. Alguns cuidados: embora resista bem ao sol, o ideal é um ambiente sombreado. Não deixe a planta ao sabor de ventos frequentes. Fique de olho no substrato, que deve estar úmido, regando duas vezes por semana (mas no inverno, as regas podem ser muito reduzidas). Evite o encharcamento para que não morra. Quando as hastes estiverem envelhecidas, começam a escurecer. Pode as hastes secas para que a planta rejuvenesça.

Orquídea Bambu
Orquídea Bambu



Cactus e Suculentas

Coloquei esses dois juntos porque seu manejo é muito parecido. Essas plantas precisam de pouquíssima rega e substrato aerado, que permite boa ventilação e drenagem. Elas não suportam o excesso de água e podem morrer. As regas podem ser feitas semanalmente. Existem dezenas de tipos de suculentas com formas das mais variadas. É possível até fazer um pot-pourri de suculentas e cactus no mesmo vaso ou canteiro. Algumas suculentas florescem muito e retribuem os cuidados com belezas incríveis. É o caso, por exemplo, do Cactus Estrela. E não se preocupem com o sol, pois elas suportam com facilidade altas temperaturas e sol constante.


Cactus Estrela


Suculentas e Cactus juntos e bem

Suculentas

Cactus Estrela



Junquilho

Essa plantinha nasce com facilidade e, mesmo depois de terminarem uma florada, costumam ressurgir no solo por conta de brotos subterrâneos que ficam adormecidos esperando a hora de brotarem. Sua pequenas flores são um espetáculo à parte, pois seguem a luz solar durante o dia. A floração é de um rosado bem suave. Ótimo para floreiras de janelas e entradas de porta. Não tolera ambientes internos, pois precisa muito da claridade para ganhar viço e produzir flores. A rega pode ser feita uma vez ao dia, preferencialmente na parte da manhã.

Junquilho e sua paixão pelo sol


Onze-Horas

Chamamos de Onze-Horas inúmeras plantas de uma mesma família (são mais de 100 espécies). Sua popularidade ocorre não só pela facilidade de brotação e manejo, como também pela profusão de pequenas flores, que podem ser rosadas, brancas e amarelas. Não requer muitos cuidados e adora o sol intenso, necessário para que floresça muito. É que suas folhas são equipadas com sensores que, ao receberem a luz solar, enviam uma espécie de mensagem para as flores abrirem. Uma mesma flor pode abrir e fechar até dois dias seguidos, quando logo são substituídas por outras. Embora seja uma planta perene, pois a brotação é intensa, costuma ser alvo de cochonilhas de casca dura. Se ocorrer infestação, melhor retirar a planta pela raiz. Mas não se preocupe, pois logo outras mudas surgirão. Atraem muitos insetos polinizadores.


Simples e belas Onze-Horas


Azaleia

Muita gente não sabe que esta planta tão conhecida por sua beleza é originária do Japão. Se adaptou bem por aqui e requer poucos cuidados. Existem diversas espécies e as flores mudam de forma conforme o tipo. O fato é que um jardim de azaleias floridas é algo difícil de ser esquecido. Mas como nossa intenção aqui é facilitar as coisas, essa planta também se dá superbem em vasos. Basta que a planta receba pelo menos 4 horas de sol por dia. A terra precisa estar úmida, mas não encharcada. Outra coisa importante, essa planta não gosta muito de ventos frequentes.

Internacional Azeleia


Hibisco

Esse é outro xodó, pois, além de florescerem muito, essas plantas são muito resistentes a intempéries, adorando o sol a pino, que o faz florescer abundantemente. O hibisco original tem as folhas menores do que a variedade híbrida. Muitos criadores se esmeram em produzir variedades anãs, que podem ser plantadas em qualquer vaso. Além de florescerem muito, as cores das flores são um espetáculo à parte. É uma planta que compensa muito, não só por sua beleza,como pela simplicidade de manejo. São mais de 200 espécies, algumas, inclusive, usadas em chás para emagrecimento. Mas atenção: o hibisco comum de jardim não é o mesmo para fins medicinais.  



O Hibisco e sua versatilidade


Palmeira Raphis

Fechando esse nosso papo gostoso de hoje, falaremos sobre essa palmeirinha com grande poder ornamental e muito utilizada em ambientes internos em todo o mundo. A Raphis requer poucos cuidados. São eles: Não permitir que fiquem expostas à luz solar direta, não deixar que a umidade caia muito. Embora necessite de rega apenas semanalmente, quando a umidade do ar cai muito, costuma queimar nas pontas das folhas. Se isso acontecer, pulverize o solo ao redor do caule com água, e também pode com uma tesoura as pontas ressecadas. Ideal para locais claros, como próximo à janela.

Palmeira Raphis


Então, gostou de nosso post de hoje? Deixe seu comentário, sugestões, críticas, e inscreva-se no blog. Será um grande prazer interagir com você! E não deixe de acompanhar as demais postagens do Hortas, Culturas & Quintais listadas. Até a próxima!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Controle de Pragas - Nem tudo são flores em uma Horta Orgânica

Sabe aquele momento em que você se empolga com sua nova horta orgânica, linda, saudável? A horta tem mesmo essa característica de elevar a autoestima, além de proporcionar uma forma de se ter alimento livre de agrotóxicos em nossas mesas.



Mas (sempre existe um “mas”), nem tudo é maravilhoso no cultivo de ervas e hortaliças. É que algumas pragas cismam em tentar estragar nossa alegria levando nossas adoráveis plantas muitas vezes a morrerem repentinamente.


Para que você saiba como enfrentar essas destruidoras e conservar sua horta bela e produtiva, o “Hortas, Culturas e Quintais” de hoje vai mostrar quais as principais pragas e ensinar como fazer o controle biológico, sem lançar mão de qualquer produto químico.

Manjericão: uma das vítimas da larva minadora

Larva minadora




Começamos por um problema em uma erva aromática maravilhosa que, apenas ao ser tocada, libera um perfume característico e encantador. O manjericão (roxo ou verde) costuma produzir muitas folhas e faz a alegria de cozinhas e gourmets. Contudo, é muito comum que a planta seja atacada pela larva minadora. Essa praga é oriunda da mosca minadora, e age dentro das camadas sensíveis das folhas do manjericão. Você identifica com facilidade a infestação pela presença de um olho preto no centro da folha, que aos poucos vai se alastrando até matar a folhagem. O grande problema é que a infestação costuma se alastrar rapidamente para outras folhas sadias, e se não for controlado a tempo, a planta murchará e, por fim, morrerá. A solução, além do controle biológico por borrifação que comentaremos no final, é retirar todas as folhas afetadas, jogando-as fora no lixo longe da planta. Portanto, é preciso paciência e retirar folha por folha afetada pelo problema.

Ovos de borboleta


Quem não gosta de comer aquela deliciosa couve à mineira? Mas a couve possui um inimigo que pode ser implacável, se não for controlado a tempo. Trata-se das largatas, vorazes, insaciáveis. Alguns tipos de borboletas têm uma atração especial por esta hortaliça. A partir dos inúmeros ovos postos, geralmente na parte inferior das folhas da couve, com extrema rapidez as primeiras minúsculas larvas logo surgem, e não param de comer, até chegarem à fase de transformarem-se em pupas. Por conta de sua suculência, as flores da couve rapidamente são dizimadas por estas pragas, não deixando folha sequer para ser levada à cozinha!

Vorazes, velozes e furiosas largatas!


Além do controle visual e manual, é interessante manter bebedouros de pássaros nas proximidades da horta, pois os pássaros são inimigos naturais das largatas. Aqui, a solução é idêntica à aplicada ao manjericão. As folhas precisam ser limpas de todas as destruidoras imediatamente. Mate-as sem dó, para que não tornem a infestar suas verduras. Essas informações valem também para o brócolis, couve-flor, repolho e outras hortaliças semelhantes.



Cochonilhas


Ricos em licopeno e um alimento formidável, especialmente para a saúde do homem, os tomates costumam fornecer cores vibrantes à horta. Os frutos do tomateiro são cobiçados por muitos gourmets, já que o produto vendido em feiras comuns costuma ser um dos campeões no uso de venenos agrícolas. Mas em casa, esse risco é zero, se produzido de forma correta sem a utilização de produtos químicos. Contudo, a cochonilha pode acabar com esta festa!

Cochonilhas: estrago à vista!


Com a aparência de bolinhas esbranquiçadas de algodão, o inseto rapidamente ataca os brotos e folhas do tomateiro, causando um desastre sem fim à plantação. O controle visual é primordial para que você consiga identificar o problema em seu início e tomar as medidas necessárias. Uma delas e ter uma pequena escova de dentes velha, separada especialmente para essa finalidade, e escovar as folhas, retirando o inseto com muito cuidado, já que os brotos do tomateiro são extremamente sensíveis. A praga retirada deverá ser destruída e jogada no lixo, longe da planta. Se durante a escovação algum inseto cair na terra, retire-o e mate-o, pois do contrário, ele subirá de novo na hortaliça.

Caracóis e lesmas: dupla do barulho!


Lesmas e caracóis costumam atacar jardins e hortas sem piedade. Vorazes, agem silenciosamente e devem ser retirados assim que surgem. É possível identificar o causador do estrago pelo rastro brilhante deixado em sua passagem. Se este for o problema em sua horta, pulverize regularmente as folhas com uma mistura de água e sabão neutro. Além disso, é possível fazer armadilhas, colocando recipientes rasos com cerveja estrategicamente colocados a fim de atrair essas pragas e matá-las por afogamento. O sal grosso também pode ser usado no entorno da plantação.

As organizadas formigas cortadeiras


Além das pragas já mencionadas, é preciso não esquecer as formigas cortadeiras, que podem atacar invariavelmente qualquer tipo de planta, seja hortaliça ou ornamental. Esses insetos são extremamente organizados e insistentes. Em poucas horas, podem causar um estrago sem precedentes. Entendemos como cortadeiras algumas variedades, como as saúvas e as quenquéns. Uma bela dica ecologicamente correta é usar a mistura de pão, gergelim e vinagre que informaremos a seguir nos métodos de controle de pragas.


Para as formigas cortadeiras:

·         Pão velho duro; gergelim preto; vinagre.

Modo de preparo: Rale um pão velho endurecido em uma vasilha, junte 100 gramas de gergelim preto e um litro de vinagre. Faça uma massa pastosa com a mistura. A seguir, faça pequenas bolinhas do produto. Espalhe essas bolinhas nos principais pontos da horta.

O que acontecerá? As formigas serão atraídas pela mistura e levarão a isca para o formigueiro. A ação do vinagre no organismo do inseto é a responsável pela morte do mesmo. Além disso, o gergelim provocará a fermentação nas larvas das formigas, matando-as também.

Para as cochonilhas e a larva minadora do manjericão:

·         Água, hortelã, alho, álcool, pimenta-do-reino em grãos, talos e folhas do targete.

Alternativa 1: Ferva um maço de hortelã em água, coe e coloque no borrifador.
Alternativa 2: Bata 5 dentes de alho no liquidificador com um litro de água. Deixe a mistura descansando por 2 dias. Coe e acrescente 250 ml de álcool e junte alguns grãos de pimenta-do-reino. Coloque no borrifador.
Alternativa 3: Bata talos e folhas de targete em um litro de água, coe e coloque no borrifador.

A borrifação deve ser feita uma vez por semana, como método preventivo.



Borrifação


Para as largatas:

·         Água, Fumo, álcool.

Modo de preparo: Deixe um pedaço de fumo de rolo em infusão em água por pelo menos 3 dias. Coe e junte meio litro de álcool. Coloque a mistura no borrifador.

Função do álcool: Em alguns desses métodos, o álcool foi usado como fixador do produto nas folhas das hortaliças.


Outras dicas de controle de pragas:


Algumas plantas funcionam como excelentes controladores de pragas. Exemplo: Targete, Crisântemo (que podem ser plantados em locais estratégicos da horta). Não esqueça também dos pássaros e joaninhas (que são inimigos naturais de muitas pragas).

Armadilha com cerveja para caracóis e lesmas

Targete
Ajuda que vem do alto


Lembre-se: Uma horta saudável precisa ser inspecionada periodicamente.

Algumas fontes das imagens usadas: Verde de Casa, Agrolink, Dreamstime e Nedmed.

Não se esqueça de acompanhar também nosso texto sobre os benefícios da horta urbana na alimentação saudável postado anteriormente.


Deixe seu recado abaixo, e não se esqueça de compartilhar o texto com seus amigos!

Ele Beija as Flores, Mas Tem Suas Preferências


Beija-flor e helicônia [Fonte: Pexels]


Quem nunca se encantou com o voo de um beija-flor que atire a primeira pedra! Esses pássaros, geralmente diminutos e de coloração brilhante, rapidíssimos e que conseguem bater suas asas em velocidades inimagináveis, habitam o imaginário de poetas e pessoas que, com um olhar diferenciado, conseguem perceber que a ave, seu voo, sua aparência e sua elegância nos conduzem a um estado de estupefação.

O “Hortas, Culturas e Quintais” de hoje volta ao tema das flores e decidiu conhecer algumas espécies vegetais, cujas flores teimam em atrair essas joias aladas. Essa atração se dá por conta da necessidade de néctar que a ave tem e que torna a busca por alimento um ritual incessante. Afinal, esse bater de asas em velocidades altíssimas demanda uma enorme perda de energia e, consequentemente, a necessidade de ir de flor em flor. A dieta da ave é complementada com pequenas aranhas e insetos.

Cor vibrante da helicônia


O privilégio de ter essas aves no jardim depende da escolha certa das plantas. Começamos com uma planta resistente e que produz flores que, além de atrair beija-flores, serve muito bem para ornamentação em vasos. A helicônia-papagaio – Heliconia psittacorum – tem origem sul americana e chama a atenção por sua coloração coral viva ou às vezes, amareladas. As folhas são largas e firmes. As pontas das pétalas possuem estrias escuras, conferindo à flor uma aparência inusitada. Uma dica é retirar as folhas mortas e os pendões ressecados. Isso dará mais força à planta. Propaga-se naturalmente através de bulbos entouceirantes.

Ixora: fácil manejo


ixora (Ixora coccinera) é “figurinha fácil” em muitas casas e jardins públicos Brasil afora. Isso por conta de seu fácil manejo, requerendo pouquíssimos cuidados, e a abundância de floração durante todo ano. Ocorre em diferentes colorações e os pendões terminam em uma espécie de buquê com pequenas rosetas. Tem origem na Indonésia e Malásia. Detalhe: não resiste a geadas muito intensas.

O exótico lírio-tocha [Fonte: Toca do Verde]


Lindo e curioso, o lírio-tocha (Kniphofia uvaria) é de origem africana – mais precisamente do sul do continente – e floresce em hastes altas compostas por inúmeros tubos, ideais para o trabalho do beija-flor em sua busca por alimento. É planta perene, ou seja, vive bastante, e a coloração das flores varia do amarelo ao vermelho. Sua floração se dá na primavera e verão.

A quaresmeira pode chegar a 12 m


quaresmeira (Tibouchina granulosa) é outra espécie da América do Sul e possui muitos fãs. E não é para menos, pois suas flores arroxeadas conferem um efeito muito agradável ao jardim. Necessita de algum espaço, já que pode chegar a 12 metros de altura. A fim de evitar esse crescimento, é possível promover podas para deixar a planta com o aspecto de arbusto.

Festa para os beija-flores: russélia


Antes de florir, a russélia (Russelia equisetiformis) nem chama tanto a atenção, com suas folhas em forma de finas lanças. Contudo, se bem cuidada e plantada no local ideal, floresce abundantemente durante quase todo ano, apresentando uma aparência singela e bonita. Sua pequenas flores tubulares vermelhas atraem bastante os beija-flores. Tem origem norte americana e é de fácil cultivo. É preciso um controle especial quanto ao grande número de mudas, pois pode se tornar uma planta invasiva. Muito utilizada em sacadas e pendentes em varandas, já que os galhos tendem a formar uma espécie de véu.

Tecomária [Fonte: Viveiro Florestal]


A natureza dotou a tecomária (Tecoma capensis) com um formato ideal para atrair essas aves. Os pendões apresentam flores avermelhadas viradas para direções diferentes, facilitando o trabalho dos beija-flores. É originária da África e tem forma arbustiva, podendo ser direcionada para treliças, cercas e muros. Em clima frio, perde suas folhas.

A trepadeira-esqueleto pode ser invasiva [Fonte: Flores & Frases]


Outra planta aérea, a esqueleto – Ipomoea quamoclit – é uma trepadeira vistosa, com folhas cujos formatos dão origem ao nome, e flores estreladas. Originária da América do Sul e Central, é de fácil cultivo e manejo, sendo até rústica. Mas preste atenção para fazer o controle de crescimento, pois pode se tornar facilmente uma planta invasiva.

Verbena [Fonte: Encyclopedia Britannica]


Verbena hybrida (verbena, camaradinha) adora ambientes ensolarados, onde produz inúmeras pequenas flores vermelhas (principalmente). Oferece um grande efeito ornamental, sendo uma planta muito popular em vasos e jardins. Embora seja perene, costuma perder o vigor com o passar do tempo. Mais uma espécie originária da América do Sul.

Comum e estiloso: hibisco


Terminamos com uma planta supercomum e de fácil manejo. De floração abundante durante todo ano, o hibisco (Hibiscus rosa sinensis) tem origem na Ásia e conquistou o Brasil com suas múltiplas cores. Pode ser usada como cerca viva, plantada em vasos ou solitária em jardins espaçosos, onde alcança quase 2 m de altura. Existem até colecionadores que experimentam variedades híbridas de tamanhos e cores variados.

Um jardim sempre traz bem-estar, sossego, e produz momentos de reflexão. Assim como os assuntos abordados no “Hortas, Culturas e Quintais”, as plantas e flores são múltiplas em suas cores, formatos e funções, atraindo nossa atenção, trazendo energia positiva.


Não se esqueça de deixar o seu recado abaixo, seja comentando, criticando ou sugerindo!

Flores que Encantam e Podem Matar!

O “Hortas, Culturas e Quintais” dessa vez entra no jardim e se impressiona com tamanha quantidade de formas e cores. Contudo, descobre que, além da beleza estonteante, algumas flores guardam um segredo que vai além do que os olhos podem ver. Veremos a seguir alguns exemplos de flores que, embora lindas, possuem veneno suficiente até para matar!

Linda e perigosa Rosa do Deserto [Foto do autor]


Ela é pomposa, charmosa, delicada, e atrai com seu roseado sem igual. Floresce em abundância, e seu caule apresenta formas curiosas que muitas vezes lembra o corpo humano. A rosa do deserto (Adenium obesum) possui em suas folhas, caule e flores um elemento extremamente tóxico que demanda cuidados especiais dos seus cultivadores (uso de luvas, por exemplo). Cuidados necessários, já que a comercialização da planta envolve valores bem altos em se tratando de um vegetal. Isso se deve ao seu grande valor ornamental. Alguns povos africanos usam a infusão da planta na ponta da lança durante a caça. Não é aconselhável tê-la em ambientes com animais e crianças.

Hortênsia em seu esplendor [Fonte: PDP]


Muito apreciada por sua beleza e profusão de rosetas, a hortênsia (Hydrangea macrophylla) requer muita atenção em seu cultivo. Isso porque produz glicosídeo, um elemento que, se absorvido em demasia, pode levar ao coma e, posteriormente, à morte. Os sintomas do envenenamento incluem diarreia, dores de cabeça, fortes dores abdominais antes de um desfecho trágico, caso não seja procurado ajuda médica urgente. O veneno, inclusive, obstrui a distribuição de oxigênio no sangue.

Rododendro, parente da Azaléa [Fonte: PDP]


O coração pode não resistir ao envenenamento pelo rododendro (Ericaceae), já que os sintomas podem ir desde distúrbios digestivos a bradicardias e arritmias. E atenção! Pertencente à mesma família, a azaléa é igualmente perigosa se ingerida. Mas quem pode resistir à sua beleza e variedade de cores, que vai do branco ao vermelho?

Todo cuidado é pouco com o Oleandro! [Fonte: PDP]


O sentido exato da palavra mortal pode ser traduzido por um único nome: oleandro! Essa bela flor (Nerium oleander), que tem origem no norte da África, Mediterrâneo e sul da Ásia, floresce de junho a outubro e possui coloração que vai do branco ao vermelho. Se ingerida, uma única folha é capaz de levar a óbito, tamanha sua toxicidade! Os responsáveis por esta condição são a oleandrina e a neriantina, elementos que estão presentes em toda planta. Dores abdominais, vertigens, diarreia, coma e morte é o trajeto fatídico da vítima de envenenamento por esta beleza singular.

Singelo, o Lírio-do-vale pode causar convulsões! [Fonte: PDP]


O nome é singelo, e também identifica inúmeras plantas conhecidas. Mas essa específica, além de linda, é uma catástrofe para aqueles que a ingerem. O lírio-do-vale (Convallaria majalis) apresenta pequenas rosetas em forma de sinos delicados e é todo tóxico, principalmente a raiz. Seus estragos são enormes, prejudicando principalmente o coração. Mas até o desfecho final, a vítima sofre muito com dores, salivação, bradicardia, convulsões e arritmia.

O coração é a principal vítima da Flor-da-fortuna [Fonte: PDP]


Flor-da-fortuna, erva-da-costa, coerana, não importa. Trata-se da perigosa Kallanchoe spp, que atrai muitos apreciadores de suas pequenas flores de múltiplas cores e de fácil manejo. Muito comum em supermercados e floriculturas, a planta é toda tóxica, e, se ingerida, interfere radicalmente no funcionamento cardíaco. Os animais costumam ser vítimas frequentes da espécie.

O bem e o mal residem na Dedaleira! [Fonte: PDP]


Para o bem e para o mal. É assim a vida da dedaleira (Digitalis purpurea) e seus pendões múltiplos com sinos arroxeados. A explicação é que a digitalina presente na planta, em pequenas quantidades, é usada para tratar certos problemas cardíacos. Mas (sempre existe um porém) em excesso, tem o efeito inverso, podendo levar a vítima a um ataque cardíaco fulminante que não deixa vestígios da causa do óbito!

Em forma de coração, o Antúrio pode causar asfixia! [Fonte: PDP]


Quem não tem ou teve em casa um antúrio (Anthurium), com suas folhas brilhosas e flores em formato de coração? Pois fique sabendo que sua toxicidade é alta, podendo levar à dificuldade de deglutição e asfixia. Por este motivo não é recomendada para ambientes com crianças e animais domésticos.

Bem que a Acácia poderia se chamar Ardilosa! [Fonte: PDP]


E encerrando nosso passeio por este jardim, digamos, singular, vamos falar sobre a ardilosa acácia (Acacia). A espécie produz pendões com flores que se assemelham com pequenos pompons coloridos. Mas por que ardilosa? A planta, comum nas savanas africanas, serve de alimento para inúmeros animais. Contudo, uma vez tendo suas folhas atacadas, é liberado etileno gasoso, que funciona como uma espécie de alarme para as demais acácias da região. Estas liberam no ar tanino em grande quantidade, formando um ambiente extremamente mortal aos animais que dela se alimentam.

Portanto, olho vivo em algumas plantas que embelezam nossos jardins, mas que requerem um cuidado muito especial!


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Naturismo, turismo & vida saudável

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